A recente faceta, liberal, do feminismo pode ser resumida na liberdade de escolha das mulheres, seja ela qual for. A ideologia defende que as mulheres são livres para decidir o que querem fazer e quando vão fazer. Defende que se ela quiser ser dona de casa ou CEO de uma grande empresa, se quiser não passar maquiagem e não se depilar, viver de moda, explorar sua sexualidade, ela pode! Quem decide é a mulher.
Escolher não ter filhos e se dedicar à carreira não torna uma mulher mais feminista do que outra que escolhe se dedicar a cuidar dos filhos e não à sua vida profissional, desde que essa seja uma escolha consciente dela.
Não existe rótulo a ser seguido para ser considerada feminista. Na música Flawless, a cantora americana e símbolo do “girl power”, Beyoncé, canta: “feminista, uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica dos sexos.”
Sabe-se que a sociedade é histórica e notadamente machista. As mulheres foram, com o tempo, conquistando espaço com muita luta. Elas queimaram sutiãs para transmitirem simbolicamente a mensagem de que querem fazer escolhas, conquistaram o direito ao voto, de usarem calças e o de escolherem engravidar, com o advento das pílulas anticoncepcionais. Elas têm ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, e, principalmente, conquistaram o direito de se expressarem. Ainda assim, há muito a conquistar para terem de fato a igualdade de gênero prevista constitucionalmente e desejada, e a luta não é fácil.
Embora consista em pensamentos e atitudes retrógradas, o machismo ainda é muito atual no Brasil e no mundo. Os índices de violência contra a mulher são alarmantes. No final do ano passado, o Fórum de Segurança Pública publicou dados informando que em 2016 foi registrada uma média de 135 estupros e 12 assassinatos, cujas vítimas eram mulheres, por dia.
Vários são os cuidados necessários e medos cotidianos que as mulheres enfrentam. É preciso ainda que as mulheres pensem por qual irão caminho passar para chegarem a algum lugar e que não andem sozinhas em determinados lugares, por exemplo.
Muitos homens acreditam que elogiar a aparência de uma mulher não é desrespeitoso, e acreditam até que as mulheres gostam disso ou se produziram para recebê-los. Porém, ignoram o quanto eles podem ser desrespeitosos, invasivos e pejorativos, além de não terem sido desejados, pelo contrário. Elogiar uma mulher apenas por sua aparência é objetificá-la e reduzir sua importância apenas à sua qualidade física, o que não é, de fato, um elogio.
Em geral, mulheres recebem salários inferiores aos dos homens, ainda que exerçam a mesma função na mesma empresa. Entre outras situações desagradáveis e indesejadas, elas sofrem com o assédio no trabalho, são rotuladas como “mulheres de alguém”, quando estão em um relacionamento, e são constantemente submetidas ao estimulo da competição feminina: “quem vestiu melhor? Quem está mais bonita?”.
A verdade é que as vitórias femininas são diárias e até sutis. O feminismo é, ao mesmo tempo, uma conquista pessoal e coletiva. Cada mulher luta da forma de pode para evitar os danos que o machismo causa.
Não perpetue o machismo, ainda que você seja mulher e não perceba, por ser um comportamento tão arraigado em nossa sociedade. Repense suas atitudes, seja responsável e consciente. Tenha respeito, acima de tudo, para garantir que as mulheres tenham os mesmos direitos de se expressarem – intelectual, corporal ou sexualmente – que os homens.
FONTES:
BRASIL REGISTROU 15 ESTUPROS E 12 ASSASSINATOS DE MULHERES POR DIA; Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/10/1931609-brasil-registrou-135-estupros-e-12-assassinatos-de-mulheres-por-dia-em-2016.shtml; Acesso em: 13/06/2018;
NO NOVO FEMINISTO O IMPORTATE É TER LIBERDADE DE ESCOLHA; Disponível em: https://elle.abril.com.br/lifestyle/no-novo-feminismo-o-importante-e-ter-liberdade-de-escolha/; Acesso em: 13/06/2018;
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES; Disponível em: https://www.huffpostbrasil.com/artigo-19/liberdade-de-expressao-e-violencia-contra-mulheres_a_21671188/; Acesso em: 13/06/2018;