A crescente veiculação de informações em tempo real, proporcionada pela versatilidade e rapidez de tráfego da internet gerou, paralelamente, uma disseminação em massa de notícias inverídicas, com conteúdo simulado ou nitidamente fraudado. Conhecemos esse fenômeno pelo nome de fake news, ou notícias falsas.
Por consequência, iniciou-se uma campanha de descrédito sobre os principais meios de comunicação, bem como a atividade jornalística passou a sofrer maior controle por parte da população. Conforme noticiado pelo Congresso em Foco, estudo do Edelman Trust Barometer, de 2018, indicou que 63% da população mundial, e 67% da brasileira tem dificuldade em diferenciar o bom jornalismo de boatos e mentiras.
Visando ajudar aqueles que têm dificuldades em verificar a qualidade de uma notícia, foram criadas diversas agências de checagem de fatos, ou fact checking, cujo objetivo é a análise da veracidade dos fatos narrados por meios de comunicação, tradicionais ou não. Referidas agências têm tido tanta relevância que o Google criou um selo que mostra as notícias que já passaram pelo crivo da checagem pelas organizações. De igual maneira, o Facebook realizou diversas parcerias, visando reduzir o alcance de publicações contendo conteúdos falsos.
Embora a finalidade destas seja, sem sombra de dúvidas, nobre, algumas têm sido acusadas de partidarismo, crítica que se estende também ao Facebook. O maior argumento é quanto ao critério de escolha dos fatos que serão avaliados, deixando uma gama de informações sem checagem, o que, a rigor dos críticos, simbolizaria uma escolha política. Outro contraponto que se faz é quanto a possibilidade, também por essas organizações, de veiculação de conteúdo falso, alertando de igual forma para a possibilidade de mero erro.
Uma boa maneira de contornar o chumbo cruzado é exercer, individualmente, a própria checagem. A BBC elaborou uma lista de ações individuais que podem ser tomadas para se analisar se determinada notícia é falsa:
“1) Pare e pense. Não acredite na notícia ou compartilhe o texto de imediato.
2) Ela lhe causou uma reação emocional muito grande? Desconfie. Notícias inventadas são feitas para causar, em alguns casos, grande surpresa ou repulsa.
3) A notícia simplesmente confirma alguma convicção sua? Também é uma técnica da notícia inventada. Não quer dizer que seja verdadeira. Desenvolva o hábito de desconfiar e pesquisar.
4) A notícia está pedindo para você acreditar nela ou, por outro lado, ela está mostrando por que acreditar? Quando a notícia é verdadeira, é mais provável que ela cite fontes ou dê links ou cite documentos oficiais e seja transparente quanto a seu processo de apuração.
5) Produzir uma reportagem assim que eventos acontecem toma tempo e exige profissionais qualificados. Desconfie de notícias bombásticas no calor do momento.”
Tem alguma forma diferente de fazer o fact checking? Contra pra gente!
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FONTES:
https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/o-poder-dado-as-agencias-de-checagem/ acesso em 14/10/2019
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45043716 acesso em 14/10/2019