Cidadania Digital – O caso Mc Gui

26 maio Cidadania Digital – O caso Mc Gui

Muitos encaram a internet como terra sem lei, onde se pode adotar quaisquer tipos de comportamentos, como ofender, humilhar, discriminar, com a (falsa) sensação de estar exercendo uma liberdade de expressão.

 

Em outubro de 2019, o cantor Mc Gui postou um vídeo em suas redes sociais zombando de uma garota americana de oito anos que, estando em tratamento contra o câncer, usava uma peruca. O cantor zombou da aparência da menina, que nitidamente estava consternada frente às gozações. Após repercussão negativa, o cantor apagou o constrangedor registro de suas redes sociais e se desculpou: disse que não quis ofender a garota, e que só achou a “sua fantasia curiosa.”

 

O ocorrido reabre o debate sobre bullying digital e o código de etiqueta nas redes sociais. O jornalista Jairo Bouer, ao comentar o caso, questionou: “se MC Gui entendesse o peso e as possíveis consequências de suas ações nas redes sociais (cidadania digital) e se tivesse familiaridade com noções básicas da cultura de prevenção ao bullying, será que essa atitude lastimável poderia ter sido evitada? Creio que sim! Mas onde se aprende isso?”

 

A grande reação negativa do público, que não perdoou a falta de cidadania digital do funkeiro, demonstrou que a opinião pública pode servir de contrapeso às vozes que zombam e machucam, e que talvez sirvam de escola para ensinar o código de etiqueta online. Desde o fato, MC Gui perdeu contratos, shows e seguidores, demonstrando que a prática do bullying não possui mais espaço nas sociedades modernas.