A primeira pergunta que surge ao falarmos sobre bullying consiste em questionar qual é a sua definição. De acordo com Revista Nova Escola, bullying é: “uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas”[1].
Segundo especialistas, como a educadora e escritora Cléo Fante, o bullying é, atualmente, um dos tipos de violência que mais cresce, e pode ocorrer em todos os lugares: dentro da própria casa, nas escolas, universidades, no ambiente de trabalho, entre outros.
E o questionamento sobre o que não é bullying? Há quem diga que hoje em dia “tudo é bullying” e que vivemos a cultura do “politicamente correto”, mas não é bem assim. A Revista Nova Escola também tem uma resposta a essa pergunta: “Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying”[2].
Não se pode confundir a liberdade de expressão – um direito que a Constituição garante a todos nós – com uma permissão à agressão verbal.
Um método desenvolvido em uma universidade na Finlândia, considerado um país exemplo em educação, reduziu drasticamente o bullying nas escolas finlandesas e foi sido utilizado posteriormente por outros países da Europa e da América Latina. Batizado de Kiva, cuja tradução consiste em “anti-bullying”, o método incorpora o papel da testemunha no combate ao bullying, trabalhando, com aqueles que o presenciam o bullying, formas de mudar o comportamento do agressor e de ajudar a vítima.
O método também visa a prevenir que o bullying ocorra, através de lições e atividades, que acontecem duas vezes por mês com duração de 45 minutos, que tratam do bullying abordando conceitos gerais.
Relatos das escolas que já adotaram o Kiva confirmaram que essa abordagem não só tornou o ambiente escolar mais saudável, como permitiu que os alunos vítimas de agressões se sentissem mais confortáveis para pedirem ajuda.
As experiências com o modelo foram positivas nos países em que foi adotado. Mas será que ele funcionaria no Brasil? Nesse sentido, em 2015 foi aprovada a Lei 13.185 que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, o Bullying, em todo o território nacional.
Mesmo que já tenham ocorrido progressos nos combate ao bullying, ainda há muito a evoluir nesse sentido. É indispensável a contribuição de todos: pais, colegas, professores, diretores, legisladores e juízes. E você, como tem contribuído? (Leia mais sobre o assunto no informativo: BULLYING NAS ESCOLAS BRASILEIRAS).
Fontes:
21 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE BULLYING; Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola; Acesso em: 03/06/2018;
O BEM-SUCEDIDO PROJETO ANTIBULLYING QUE A FINLÂNDIA ESTÁ EXPORTANDO À AMÉRICA LATINA;
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39930242; Acesso em: 03/06/2018;
BULLYING OU LIBERDADE DE EXPRESSÃO; Disponível em: https://blogdocape.wordpress.com/2015/01/27/bullying-ou-liberdade-de-expressao/; Acesso em: 03/06/2018;
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO;
Disponível em: https://blogdomaximus.com/2015/01/16/os-limites-da-liberdade-de-expressao/; Acesso em: 03/06/2018;
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm; Acesso em: 03/06/2018;
[1] 21 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE BULLYING; Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola; Acesso em: 03/06/2018;
[2] 21 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE BULLYING; Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola; Acesso em: 03/06/2018;